Estava sentada em um dos mais altos galhos de um carvalho, uma perna descansava esticada, enquanto outra balançava solta no ar. Esticou a coluna, ficando completamente encostada do tronco, as asas castanhas, uma de cada lado do tronco, eram sua maior segurança. Sentia a chuva limpar seu corpo e o vento a arrepiava, além de sacudir a fina túnica cor de creme, deixando uma parte maior das pernas amostra.
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Dominada pela força da natureza, olhou para baixo, vendo o solo a metros de distância, riu sozinha, com a adrenalina tomando seu corpo e o sabor da liberdade formigando em sua língua, com o ar puro que entrava. Livre, estava livre! Não se lembrava de quando fora aprisionada, mas ainda tinha marcas do cativeiro em seus pulsos, as cicatrizes provocadas pelas algemas.
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Foram tantos anos de aprisionamento, de dor e solidão, até as primeiras ajudas. Não entendia o porquê de recebê-las, mas não se libertaria sem elas, foram palavras e carinhos, fé e encorajamento, pouco a pouco o incentivo aumentava e assim crescia a força dela. Finalmente, houve força o suficiente para arrebentar os grilhões e arcar com as consequências de sua rebeldia e foi em meio a esta luta que elas nasceram, rasgando suas costas, grandes asas, como as de uma ave de rapina, que com o incentivo de um grito selvagem a ergueu para os céus e levou-a para longe do cárcere.
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Estava ofegante só de lembrar, havia um poder intenso tomando seu corpo, enquanto sentia suas unhas tornarem-se garras e sua visão captar cores e detalhes nunca antes percebidos. A risada alta escapou de sua garganta em rodopios ferozes, nada mais poderia detê-la, era uma força da natureza, era sobrenatural, era Kai.
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Foram anos, décadas, talvez meses ou séculos viajando para onde seus instintos lhe guiassem, até encontrá-lo pela primeira vez.
Uma noite escura, sem estrelas, quando uma lua letal dominava o céu como se tivesse roubado toda a luz para si. Ouviu um som que ecoava por entre as arvores da floresta, tão poderoso quanto seu canto, perigosamente ameaçador.
Movida pela curiosidade, seguiu o som, até encontrar a criatura que o emitira, uma fera sem comparações, com todos os pré-requisitos de um predador, o coração falhou uma batida, era fascinante. Manteve-se escondida, assistindo-o caçar, encantada pelos movimentos perfeitos e pelo ataque implacável, pobre criança não teve chance...
Movida pela curiosidade, seguiu o som, até encontrar a criatura que o emitira, uma fera sem comparações, com todos os pré-requisitos de um predador, o coração falhou uma batida, era fascinante. Manteve-se escondida, assistindo-o caçar, encantada pelos movimentos perfeitos e pelo ataque implacável, pobre criança não teve chance...
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Kai não poderia compreender o porquê, mas, após muito tempo, não sentia vontade de partir, desejava observar aquele ser curioso, tão igual e diferente de si mesma.
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Assistia, compartilhando dos sentimentos dele, enquanto ele seguia para a verdade, lhe doíam as duvidas dele e seus temores, enquanto nas noites de lua cheia, sentia-se plenamente satisfeita ao vê-lo livre, algo lhe insinuava que ele sabia de sua presença e milhares foram as vezes que trancou a voz para não responder aos uivos que tanto a atraiam.
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Em silêncio, comemorou o dia em que ele descobriu o que realmente era e, também, conseguiu se libertar.
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Mais tempo se passou e ela já não se satisfazia em observá-lo, ansiava poder tocá-lo, sentir a pele quente e afundar as mãos nos pelos macios, entorpecer-se com seu cheiro e saborear seu gosto. A vontade cresceu, até tornar-se esmagadora e forçá-la a se revelar.
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Andou em silêncio, até estar perto de mais para não ser notada e sentiu o ar faltar ao percebê-lo ainda mais fascinante de perto. Assistiu sua aproximação com expectativa, mantendo seu olhar firme nos dele, sem nenhuma hesitação.
Não temeu quando foi envolta pelos braços dele e sentiu-se completa quando suas bocas se uniram, as línguas se entrelaçaram, banindo toda a dor que persistia em seu corpo. Não houve racionalidade nos caminhos seguidos pelas mãos e lábios em suas explorações, ate que, por não poderem mais adiar, os corpos se uniram, as novas sensações os tirando do mundo real e marcando a união de criaturas pares, em suas semelhanças e diferenças.
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Não temeu quando foi envolta pelos braços dele e sentiu-se completa quando suas bocas se uniram, as línguas se entrelaçaram, banindo toda a dor que persistia em seu corpo. Não houve racionalidade nos caminhos seguidos pelas mãos e lábios em suas explorações, ate que, por não poderem mais adiar, os corpos se uniram, as novas sensações os tirando do mundo real e marcando a união de criaturas pares, em suas semelhanças e diferenças.
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Fim.
Parabéns pelos seus 16 anos, hoje nossa união completa 5 meses.
Te amo,
Beijos! :*
Parabéns pelos seus 16 anos, hoje nossa união completa 5 meses.
Te amo,
Beijos! :*
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