quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Homofobia Não!

Homofobia significa:

Eu sou o garoto que nunca terminou o colégio, porque eu era chamado de “bicha” todo dia.

Eu sou a menina que foi expulsa de casa porque confidenciei à minha mãe que sou lésbica.

Eu sou a prostituta trabalhando nas ruas porque ninguém vai empregar uma mulher transsexual.

Eu sou a irmã que abraça com força o irmão gay durante as noites dolorosas e repletas de lágrimas.

Nós somos os pais que enterraram nossa filha antes do tempo.

Eu sou o homem que morreu sozinho no hospital porque eles não deixaram meu parceiro de 27 anos entrar no quarto.

Eu sou a criança do abrigo que acorda com pesadelos onde sou tirada de dois pais que foram a única família amorosa que eu já tive. Eu queria que eles pudessem me adotar.

Eu não sou um dos sortudos. Eu me matei algumas semanas antes de terminar o colégio. Foi simplesmente demais para suportar.

Eu sou o homem que teme não poder ser eu mesmo, ser livre do meu segredo porque eu não vou arriscar perder minha família e meus amigos.

Nós somos o casal que foi desprezado pela corretora de imóveis quando ela soube que nós queríamos alugar um apartamento de um quarto para dois homens.
 
Eu sou a pessoa que nunca sabe qual banheiro eu devo usar se quero evitar que as pessoas chamem o segurança.

Eu sou a mãe que não foi autorizada a visitar a criança à qual dei a luz, cuidei e criei. O juiz disse que eu não sou uma mãe apropriada porque eu vivo agora com outra mulher.

Eu sou a sobrevivente de violência doméstica que descobriu que o sistema de apoio para vítimas se torna frio e distante quando descobrem que minha parceira violenta também é uma mulher.

Eu sou o sobrevivente de violência doméstica que não tem apoio nenhum para procurer porque sou homem.

Eu sou o pai que nunca abraçou o filho porque cresci com medo de mostrar afeição a outro homem.

Eu sou a professora de Economia Doméstica que sempre quis ensinar Educação Física, mas alguém me contou que apenas lésbicas fazem isso.

Eu sou a mulher que morreu quando o sistema público de saúde parou de me tratar assim que souberam que eu era uma transsexual.

Eu sou a pessoa que se sente culpada porque pensou que eu poderia ser uma pessoa melhor para a sociedade se eu não tivesse sempre que lidar com o ódio que a sociedade tem por mim.

Eu sou o homem que parou de ir à igreja, não porque não tenho fé, mas porque eles fecharam as portas para alguém como eu.

Eu sou a pessoa que teve que esconder o que esse mundo mais precisa; amor.

Eu sou a pessoa com vergonha de dizer aos meus próprios amigos que sou lésbica, porque eles estão constantemente fazendo piadas com elas.

Eu sou o garoto amarrado a uma cerca, espancado até o sangue jorrar e deixado para morrer porque alguns homens quiseram me "ensinar uma lição"


Homofobia é errado. Faça sua parte para que isso tenha fim.


Texto anônimo, postado no devaniart e traduzido por Gabriela.




quarta-feira, 4 de agosto de 2010

A Donzela.

Seu corpo era de terra, seus cabelos de cipós, os olhos eram quartzos verdes. A vida em seu interior era o fogo, alimentado pelo sopro do ar, a água em fluía em seu interior e exterior, ajudando-a a se renovar. Vivia em meio a natureza e a natureza nela vivia.



Era capaz de ouvir a voz dos elementos e dos elementais, entendia a linguagem das plantas e dos animais. Sentia-se renascer com o raiar do sol e ser abraçada pela luz da lua a cada anoitecer.

A donzela tinha tudo, pois não tinha nada. Ela e os seus apenas pegavam o que precisavam, sem exageros, sem posses. Sem dor ou desnecessárias mortes.


Quando pela primeira vez, alguém disse “é meu!” Tomando para si o que lhe era desnecessário, iniciou-se a separação desse povo e a natureza.


Lentamente, deixaram de ouvir as vozes da natureza. Os animais se tornaram perigosos, as plantas descartáveis, os elementos, coisas a serem exploradas e povo começou a se dividir. A donzela vendo a decadência de seus irmãos e sentindo no próprio corpo as chagas que eram abertas na natureza, chorou e gritou. Pediu que parassem com aquilo.


Ela continuou chorando e gritando até o fim, até suas forças se esgotarem.


Até os dias atuais seu povo ouve os gritos dela, como se vindos da própria alma. Aqueles que se atentam a esses gritos, passam a atentar para as vozes da natureza. Voltam a entender a linguagem das plantas e dos animais, voltam a sentir os elementos dentro de si e ao seu redor.


Então, lembrando-se que são partes de todo, eles começam a gritar junto da donzela e, assim, fazem com que mais membros desse povo passem a ouvir a voz do mundo de que fazem parte.


E enquanto continuam gritando, porque sabem que a cada novo grito, renova-se a esperança de melhora. A mesma esperança que nunca morreu, no coração da donzela.
 
Fim.
Essa imagem não me pertence. Caso conheçam seu autor, me avisem para que lhe dê os devidos créditos.

terça-feira, 3 de agosto de 2010

TUDO QUE VAI, VOLTA! - Sobre revanches nerds e a lei do retorno.

Bem vindos a minha casa, acomodem-se onde desejarem...

Quem nunca sofreu com as provocações de outros alunos na época do colégio? Sabemos que isso nos marca e nos transforma para o resto da vida.
Eu, como já deixei diversas vezes obvio aqui no blog, já passei por essas situações e, no meu caso, serviu para me tornar alguém mais forte. Enfrentar aqueles que me zoavam, porque eu sou diferente, me ensinou a defender minhas opiniões independente do que os outros me diziam e a ser eu mesma, sem me importar com o que os outros pensavam.

O resultado disso (e de alguns anos de terapia, rs) foi me tornar uma garota decidida, fora dos padrões e que nunca diz “Eu queria ser(...)” ou “Eu queria fazer(...)”, ao invés disso eu digo “Eu sou!”, “Eu vou ser(...)!” ou “Eu vou fazer(...)!”.

Porém, uma coisa é fato, a gente sempre guarda aquela raivinha infantil das pessoas que nos humilharam no colégio (Se mexia com meus amigos, então, ai é que eu guardo mesmo) e sentimos vontade de ter nossa pequena revanche. Porém isso é algo bobo, não é algo que realmente afeta nossa existência (se for, você precisa se tratar)... Mas quando acontecem essas revanches é boooooom! Principalmente quando você nem se mexeu pra que isso ocorresse.

No meu livro preferido “Tithe - Fadas Ousadas e Modernas” da Holly Black, tem uma cena relativamente boba, mas deliciosa, que sempre me faz soltar uma risadinha sarcástica.

Kaye, a personagem principal (Uma garota estranha, com “amigos imaginários”, que não liga muito pra sua aparência e tem uma família problemática), por acidente fez um encanto, que resultou em um dos caras mais desejados do colégio (o típico personagem de filme americano, sexy, mau, perigoso ou que finge ser tudo isso. Em resumo: O tipo de cara que nunca olha para as “Meninas estranhas”) ficasse obcecado por ela.
Enfim, nessa cena, ela vai ao colégio encontrar com ele, para retirar o feitiço. Porém, quando chega lá, vem aquele desejo de fazer o garoto pagar por tudo que ela já passou e usá-lo como forma de vingança a todos os garotos como ele que sacaneiam garotas como ela por ai.

Então, em pleno pátio do colégio, no horário de saída. Ela ri e começa a falar em tom alto o suficiente: “O quanto você me deseja?” Ao que o garoto responde totalmente entorpecido pela magia: “Muito!” Então, saltando e esquivando dele, ela continua, atraindo a atenção do público: “O que você faria para me ter?” E, novamente, o garoto responde, tentando agarrá-la: “Qualquer coisa!”

Então, enquanto ri, ela desfaz o feitiço, fazendo o garoto ficar perdido, no meio dos vários outros alunos que se divertiam assistindo o show. Ela sai rindo e ele fica vermelho de raiva e vergonha.

É uma cena boba, né? Passagem rápida do livro, mas, vamos admitir, que garota nunca quis fazer isso com aqueles idiotas, que a julgavam por culpa da aparência fora da padrão? Ou, que garoto nunca quis fazer isso com aquela garota super popular, que só fazia esmagar corações? É quase uma vingança nerd e por isso é tão gostoso. Hahahaha...

Enfim, pra que tudo isso? Para dizer a vocês que o troco sempre vem e nem precisamos nos mover para isso. Seja no sucesso profissional alcançado por aqueles que eram zoados no colegial ou de formas mais diretas, como aconteceu hoje comigo.


O que eu posso dizer? Descobri hoje, que o garoto, que sempre me sacaneou no colegial (E eu to falando de coisas sérias, como chamar de prostituta e coisas piores, além de outras humilhações semelhantes feitas com amigas (e amigo, rs) minhas), é meu calouro na faculdade!!! *Risadinha maligna.*

Agora, o melhor é ter amigos verdadeiros. Porque, não bastasse a diversão de vê-lo passando pela humilhação do trote normal, o pessoal da minha turma ainda fez ele sofrer especialmente, fazendo questão de avisar “Você zoava a nossa amiga Irine, agora vai pagar!” O que eu fiz? Eu ri muito, enquanto ele beijava a estátua do fundador da faculdade de língua, em meio a praça pública.

Pois é, um post desse tamanho para compartilhar minha felicidade infantil com vocês. Quem disse que meninas boazinhas não tem seu lado cruel? E não me venham com “Quem disse que você é boazinha, Irine?” Porque eu sou um doce... Pra quem merece. Rs.

Beijos,
Irine (Yami_no_Hime).

sábado, 31 de julho de 2010

Bully e superação.

Bem-vindos a minha casa, acomodem-se onde desejarem...

Deitada sobre a cama, preparando-se para dormir. As lágrimas começavam a correr pelas laterais de seu rosto sem motivo aparente. Era uma criança de 7 anos, que não entendia os motivos de tanta dor. Passou as mãozinhas gorduchas sobre os olhos e provou o sabor das lágrimas, sem entender porque as derramava.


Em sua mente, ecoavam as zombarias dos colegas de classe. Eram criticas a sua aparência, aos cabelos enrolados e de aspecto seco, lanoso, que se enchiam devido ao calor do verão tropical. A inabilidade em esportes era mais um defeito a ser duramente criticado pelas crianças em seu pior aspecto punch*. Sem saber o dano que causavam, elas se divertiam e sentiam-se superiores, enquanto agrediam e humilhavam a vitima indefesa.



As lágrimas, a pequena menina foi até o quarto da mãe e pediu de forma sofrega e desesperada, sem mais suportar tal carma:



- Me ajuda, mamãe, por favor.



A mãe, comovida, envolveu a criança em seus braços. Isso fez com que a menina se sentisse segura. A mãe não hesitou em ajudá-la, aconselhá-la. Levou a filha a terapeuta.



Foram anos de tratamento, de auto conhecimento, de conhecer o que a magoava e perturbava. A menina cresceu e a adolescência, que assustava tanto os outros de sua idade, parecia tranquila de se enfrentar para a menina. Ela tinha conhecimento de si mesma e era capaz de se entender, ela tinha alguém que lhe apoiava e a ajudava a levantar.



Segurança, determinação e amor próprio foram determinantes para encontrar amigos verdadeiros pelo caminho, que serviram para adquirir mais forças. Crescerão juntos, ela e aqueles que lhe acolheram.
 Agora era fácil enfrentar aqueles que apenas lhe humilhavam e criticavam, pois nada era mais digno de pena que a insegurança daqueles que precisavam machucar os outros para sentirem-se bem.


Fim.

Punch: É o nome do antigo boneco usado em peças antigas, que simbolizava a crueldade infantil.

Até onde essa história é real? Nem eu sei dizer...

Beijos,
Irine (Yami_no_Hime).

sexta-feira, 23 de julho de 2010

Justiça, sofrimento? Punição, dor?

Novamente esse liquido, quente e pegajoso, banha a minha lamina. A mão que segura meu cabo me balança tentando retirar, pelo menos um pouco, o liquido rubro, porém minha lamina absorveu mais um pouco de sangue. Ele me guarda em minha bainha, lá ficarei até o próximo combate.



Não entendo meu dono, ele me empunha em nome da justiça, diz. Segura com força o meu cabo e faz com que minha lamina rasgue a carne de seus inimigos. Os gritos de dor me fazem vibrar, provocando uma melodia baixa e lúgubre, meu dono parece triste e seus olhos lentamente perdem o brilho, mas ele aguenta a dor. Ele diz sentir uma dor no coração, mas nunca vi arma alguma cravada em seu peito. Meu dono segue em frente dizendo "É pela justiça."


O que é a justiça para os humanos? Eles acham certo matar seus semelhantes, apenas porque pensam diferente. Isso é justo? Eles se sentem mal por fazê-lo. Por que fazem? Eles provocam sua dor e a dor dos outros, eles provocam o seu sofrimento e o sofrimento alheio, por quê?


Ele para a viagem, outro inimigo? Já? Ainda estou molhada, não deve fazer nem um dia desde a ultima luta, ainda sim sou puxada para fora. O adversário tem um sorriso cruel nos lábios, agora me lembrei, há humanos que gostam de matar! É contra esses que meu dono luta, mas ele não é igual a esse? Meu dono também mata, então por que ele está certo? Por que mata?


Vencemos de novo, mais um corpo deixado para trás na estrada da vida de meu dono. Um pouco de sangue em mim se dilui em água salgada. Minha lamina antes banhada com sangue, agora é molhada por lagrimas. Novamente ele chora, por que? Ele não faz justiça? O que é a justiça humana? Matar quem não é igual é justo? Matar é justo?


Nunca vi espécie mais estranha que o homem. Cada humano é de um jeito, será que eles irão se matar até restar apenas um? E esse um sozinho, irá sobreviver? O homem é um ser injusto em busca de justiça, quantos mais sofrerão até eles encontrá-la? Acho que todos.


Fim.

terça-feira, 20 de julho de 2010

Amigos.

Bem-vindos a minha casa, acomodem-se onde desejarem...

Existem amigos de todos os tipos e eu andava com vontade de escrever sobre os meus há muito tempo... Calhou de hoje ser o dia do amigo, o que torna esse post piegas, mas essa não era a intenção inicial, enfim. rs.



É engraçado. Quando eu era criança (porque não posso dizer “pequena”, sendo que sempre fui a mais alta da turma XD) não tinha muitos amigos... Sabem como é, já cansei de falar que era a excluída da turma, etc. Sem falar de que fui criada em meio a adultos e garotos, me fazendo não ser a menininha, meiguinha, fofinha, patricinha, padrão. Pelo contrário, e, o pior, eu cismava que sabia mais que todo mundo, o que era um porre.


Tem uma história, que minha mãe conta:


Uma vez, uma coleguinha minha de escola estava sozinha em casa, e a mãe dela sugeriu que ela chamasse uma amiga pra brincar. O problema: As duas melhores amigas dela estavam viajando. Então a mãe dela falou:


- Por que você não chama a Irine?


E ela respondeu:


- Ah, a Irine não, ela parece mãe.


Pois é...


Quando perdi essa mania irritante, fiz meus primeiros amigos. Garotos, é claro! Eu gostava de desenhos de luta e brincar de pique (é, mesmo correndo mal pra cacete u.u), as outras garotas da minha idade gostavam de brincar de barbie... Eu até gostava, mas as minhas barbies voavam, tinham poderes mágicos e as outras meninas não curtiam isso...


AmigAs eu só fui fazer na quinta série, sexta pra ser bem sincera. XD Dessas, mantive a amizade com três até hoje e são aquelas amigas que você pode ligar as 3 da manhã e elas não vão reclamar... Mentira, vão sim, mas vão ouvir e ajudar também. rs.


No ensino médio voltei a ser a única garota do grupo, velhos hábitos são difíceis de perder. Entre jogos de rpg e discussões sobre animes e games (nessas eu só ouvia), fiz os amigos mais filhos da puta que alguém poderia ter. XD Eles são maus, grossos e não estão nem ai se sou uma menina ou não... Em resumo: Os amo. Hehehehe...


Alias, algo extremamente triste é que um deles vai pra longe por culpa da faculdade. Cara, a saudades vai ser imensa, vou chorar horrores (claro, sou a única criatura do grupo que chora), mas a amizade vai continuar, não tenho duvidas disso. Agora me resta torcer pra que ele consiga a transferência e volte logo pra cá.

Agora, independente da fase da minha vida, sempre tive alguém comigo. Alguém que sempre estará do meu lado e dentro de mim, que me deu forças nos momentos mais dolorosos e que nunca me abandonou. Mesmo quando eu pensei que ela era apenas um sonho e que estava grande de mais para ela. Recentemente entendi o quão importante ela é e o que ela significa, sou muito sortuda por tê-la. Não importa o que falem de mim ou dela, eu sei que não seria quem sou, se ela não existisse.


Só faltam as asas.

Beijos,

Irine (Yami_no_Hime)! :*

segunda-feira, 12 de julho de 2010

Brasil

Bem-vindos a minha casa, acomodem-se onde desejarem...

Recebi essa mensagem hoje, por e-mail e achei muito importante compartilhá-la. Porque, apesar de tudo, eu sinto MUITO orgulho de ser brasileira e essa mensagem deixa bem claro o porque:

O QUE UMA ESCRITORA HOLANDESA FALOU DO BRASIL

LEIA COM BASTANTE ATENÇÃO

Os brasileiros acham que o mundo todo presta, menos o Brasil, realmente parece que é um vício falar mal do Brasil. Todo lugar tem seus pontos positivos e negativos, mas no exterior eles maximizam os positivos, enquanto no Brasil se maximizam os negativos. Aqui na Holanda, os resultados das eleições demoram horrores porque não há nada automatizado. Só existe uma companhia telefônica e pasmem!: Se você ligar reclamando do serviço, corre o risco de ter seu telefone temporariamente desconectado.

Nos Estados Unidos e na Europa, ninguém tem o hábito de enrolar o sanduíche em um guardanapo - ou de lavar as mãos antes de comer. Nas padarias, feiras e açougues europeus, os atendentes recebem o dinheiro e com mesma mão suja entregam o pão ou a carne.

Em Londres, existe um lugar famosíssimo que vende batatas fritas enroladas em folhas de jornal - e tem fila na porta.

Na Europa, não-fumante é minoria. Se pedir mesa de não-fumante, o garçom ri na sua cara, porque não existe. Fumam até em elevador

Em Paris, os garçons são conhecidos por seu mau humor e grosseria e qualquer garçom de botequim no Brasil podia ir pra lá dar aulas de 'Como conquistar o Cliente'.

Você sabe como as grandes potências fazem para destruir um povo? Impõem suas crenças e cultura. Se você parar para observar, em todo filme dos EUA a bandeira nacional aparece, e geralmente na hora em que estamos emotivos.

Vocês têm uma língua que, apesar de não se parecer quase nada com a língua portuguesa, é chamada de língua portuguesa, enquanto que as empresas de software a chamam de português brasileiro, porque não conseguem se comunicar com os seus usuários brasileiros através da língua Portuguesa.

Os brasileiros são vitimas de vários crimes contra a pátria, crenças, cultura, língua, etc... Os brasileiros mais esclarecidos sabem que temos muitas razões para resgatar suas raízes culturais.

Os dados são da Antropos Consulting:

1. O Brasil é o país que tem tido maior sucesso no combate à AIDS e de outras doenças sexualmente transmissíveis, e vem sendo exemplo mundial.

2. O Brasil é o único país do hemisfério sul que está participando do Projeto Genoma.

2. O Brasil é o único país do hemisfério sul que está participando do Projeto Genoma.

4. Nas eleições de 2000, o sistema do Tribunal Regional Eleitoral (TRE) estava informatizado em todas as regiões do Brasil, com resultados em menos de 24 horas depois do início das apurações. O modelo chamou a atenção de uma das maiores potências mundiais: os Estados Unidos, onde a apuração dos votos teve que ser refeita várias vezes, atrasando o resultado e colocando em xeque a credibilidade do processo.

5.. Mesmo sendo um país em desenvolvimento, os internautas brasileiros representam uma fatia de 40% do mercado na América Latina.

6. No Brasil, há 14 fábricas de veículos instaladas e outras 4 se instalando, enquanto alguns países vizinhos não possuem nenhuma.

7. Das crianças e adolescentes entre 7 a 14 anos, 97,3% estão estudando.

8. O mercado de telefones celulares do Brasil é o segundo do mundo, com 650 mil novas habilitações a cada mês.

Na telefonia fixa, o país ocupa a quinta posição em número de linhas instaladas.

10. Das empresas brasileiras, 6.890 possuem certificado de qualidade ISO- 9000, maior número entre os países em desenvolvimento. No México, são apenas 300 empresas e 265 na Argentina.

11. O Brasil é o segundo maior mercado de jatos e helicópteros executivos.

Por que vocês têm esse vício de só falar mal do Brasil?

1. Por que não se orgulham em dizer que o mercado editorial de livros é maior do que o da Itália, com mais de 50 mil títulos novos a cada ano?

2. Que têm o mais moderno sistema bancário do planeta?

3. Que suas agências de publicidade ganham os melhores e maiores prêmios mundiais?

4. Por que não falam que são o país mais empreendedor do mundo e que mais de 70% dos brasileiros, pobres e ricos, dedicam considerável parte de seu tempo em trabalhos voluntários?

5. Por que não dizem que são hoje a terceira maior democracia do mundo?

6. Que apesar de todas as mazelas, o Congresso está punindo seus próprios membros, o que raramente ocorre em outros países ditos civilizados?

7. Por que não se lembram que o povo brasileiro é um povo hospitaleiro, que se esforça para falar a língua dos turistas, gesticula e não mede esforços para atendê-los bem?

Por que não se orgulham de ser um povo que faz piada da própria desgraça e que enfrenta os desgostos sambando.

É! O Brasil é um país abençoado de fato.
Bendito este povo, que possui a magia de unir todas as raças, de todos os credos.

Bendito este povo, que sabe entender todos os sotaques.
Bendito este povo, que oferece todos os tipos de climas para contentar toda gente.
Bendita seja, querida pátria chamada
Brasil!!

Divulgue esta mensagem para o máximo de pessoas que você puder. Com essa atitude, talvez não consigamos mudar o modo de pensar de cada brasileiro, mas ao ler estas palavras irá, pelo menos, por alguns momentos, refletir e se orgulhar de ser BRASILEIRO!!!







Espero que isso sirva para todos nós refletirmos e discutirmos. Afinal de contas, nosso país não é tão ruim quando fazem questão de pintar para nós e, o pior! como nós pintamos pro exterior.

Beijos,
Yami_no_hime! :*

PS: Se alguem souber o nome da autora desse texto, adoraria saber, pra dar os devidos créditos.

domingo, 30 de maio de 2010

A Dama das Flores. - Cap. VI

Chegaram de madrugada na rodoviária, Giovanni dormira a viagem inteira e Roberto ficara acordado, jogando algum rpg eletrônico no laptop.




- Vai pra casa direto? - O loiro perguntou, enquanto seguiam em direção ao ponto de táxi.




- Quem dera. Lúcio acabou de me mandar um sms, preciso passar em Ninfotopia antes. - O negro parecia mau-humorado, olhando a tela de seu celular.




- Problemas no paraíso? - Debochou o pintor.




- No dele, deve ser, a mulher não o deixa em paz. Ele fica tendo que ir pra casa cedo e a boate não pode ficar abandonada.




- Que merda de sócio tu arrumou, o trabalho inteiro é teu, mas o cara tem a parte dele na grana.




- Ele administra a casa melhor do que eu, sem falar que a grana de entrada foi dele. - Contra-argumentou Roberto.




- Que seja, cara, só sei que eu vou pra casa, dormir por uma semana. - Falou, entrando no táxi que acabara de chegar.




- Valeu cara, se cuida. - Despediu-se o amigo.




Giovanni apenas acenou com a cabeça, antes de fechar a porta. Roberto esperou que o táxi virasse a esquina, se virou e foi em direção a uma imensa moto negra, parada no final da rua. Aquele não era um dos lugares mais seguros do Rio de Janeiro e, com certeza, a moto não teria ficado inteira se estivesse lá a muito tempo. Deu um sorriso de canto. "Timing perfeito, Lucius."
Montou no veiculo e saiu do queimando o asfalto, numa velocidade surreal. Ele desviava de todos os obstáculos com uma habilidade inumana e seguia cada vez mais rápido, dificilmente veriam algo mais do que um borrão escuro riscando as avenidas desertas do centro as 3:00h da manhã.

Em menos de 30 minutos estava em frente ao Campo de Santana, na Avenida Presidente Vargas. Parou a moto e viu alguns moleques sentados na saída da estação do metrô. Pareciam estar cheirando benzeno e mal olharam pra ele. Roberto desceu da moto e puxou o descanso para que ela não caísse, agora os garotos olhavam pra ele.



Começou a andar em direção ao parque, usava botas negras de montaria, uma calça jeans escura, uma camisa azul básica e uma jaqueta de couro preta. Um dos moleques parou na frente dele e falou.




- Tem um real, tio? Tô com fome. - O garoto era magro e tremia de frio, mas os olhos vermelhos e o cheiro de bebida barata deixava claro pra que serviria o dinheiro.




- Não sou seu tio e não dou dinheiro pra vagabundo. Vaza moleque. - Respondeu ele indiferente, seguindo em frente sem olhar pro garoto.




- Pô, qual é, só um real, tio, quê que custa?




- Custa um real, agora me deixa em paz. - Ele continuava, seguindo em direção a esquina do Saara.




- Ah, é? Então vai ser na marra! Passa tudo! - O pivete falou, parando na frente de Roberto com um canivete em punho.




O negro olhou para aquela criança que tinha pouco mais da metade de seu tamanho, o garoto vestia trapos e sua mão tremia devido ao vício. Quão decadente um humano poderia ser? Até onde se permitiam chegar? Aquilo era patético.




- Garoto, olha pra você, quer mesmo brigar comigo? - Tentou ainda argumentar. Os outros garotos de rua viam a cena curiosos, sem se intrometer.




- Não quero brigar não, mané, eu quero é a tua grana e a chave da moto, bora! - O pivete gritava, como se isso o tornasse mais ameaçador.




- Me deixa passar. - Falou o homem, dando um passo a frente. O moleque tremeu, mas não se retirou. - Moleque... Me deixa passar! - Bradou, empurrando o garoto tão rápido e com tanta força que este voou até o meio da pista. Sua sorte era naquele horário pouquíssimas pessoas se arriscarem a passar pelo centro da cidade.




Roberto ficou olhando para ele se levantar e sair correndo. Os outros garotos ficaram quietos, sem quererem apanhar também. Finalmente ele entrou na esquina e seguiu até um ponto em que dificilmente seria visto, escalou as grades como facilidade e pulou num canteiro dentro do parque, espantando diversos gatos vira-latas no processo.




- Hunf, animais imundos. - Murmurou, seguindo mais para dentro no parque, que servia de moradia para diversos vagabundos e para... - Achei! - murmurou, dando um sorriso vitorioso e se escondendo entre as arvores e arbustos para não ser visto.




Observava duas garotas que aparentavam ter 5 anos, gordinhas e baixinhas, de membros roliços. Tinham cabelos cacheados azuis e grandes olhos multifocais verdes, como os de borboletas. Voavam, erguidas por asas rosas translucidas, em volta de um garotinho moreno, de olhos castanhos, que tentava tocá-las, encantado. Mas sempre que ele se aproximava, as duas voavam mais alto e riam, alto e estridentemente, enquanto continuavam com essa brincadeira. Os olhos do garoto estavam sem brilho e a roupa encharcada de suor indicava que a brincadeira já durava horas. O garotinho usava um short jeans curto, tornando possivel ver os joelhos ralados, provavelmente, devido as inúmeras quedas resultantes de tentativas de alcançar as garotas aladas.




- Vadias. - Murmurou Roberto, apertando a adaga que levava no pescoço.




Respirou fundo, se concentrando e a arma foi crescendo em suas mãos, até que nelas só coubesse o punho de uma espada curta e curva. Levantou-se da forma mais discreta que pode, com a lâmina em punho e ficou satisfeito ao ver que não havia sido notado. As fadas estavam interessadas demais em brincar com sua pequena vítima. Não o viram, não sentiram seu cheiro, não ouviram seus passos. Ele moveu-se em uma velocidade sobrenatural e passou por ambas fazendo um arco perfeito, parou de costas para ambas e virou-se a tempo de ver as pequenas cabeças gordinhas indo ao chão, sendo seguidas dos corpos. Pegou o garoto no colo e este, livre do encantamento, nem mesmo foi capaz de chorar antes de desmaiar por esgotamento. Deitou-o no chão por um instante.




Tornou a concentrar-se e a espada voltou ao tamanho de um pingente. Os corpos das fadas já não passavam de dois pequeno montes de poeira brilhante. Recolheu o máximo que pode em uma garrafa prateada, tipica de se levar whisky, e tornou a pegar o garoto no colo, levando-o para fora do parque.









Continua...
Essa imagem não me pertence. Todos os créditos ao autor.

domingo, 23 de maio de 2010

A Dama das Flores. - Cap. V

De repente ela se sentiu vazia, as lágrimas pararam, os soluços ficaram engasgados na garganta ferida pelos gritos. Sentiu como se uma lâmina fria atravessasse seu peito. Temendo saber a resposta, falou baixinho, em um sussurro, como se isso modificasse seu peso.
- Devo matá-lo, meu senhor.
- Sim, vil traidora, deves matá-lo e trazer-me todos os seus quadros, para que possamos queimá-los juntos. - Ela sentiu seu coração parar. Não podia acreditar que teria toda a obra feita em sua homenagem, sua definitiva imortalidade destruida pelas chamas. - Sim, minha ratinha desonesta, queimaremos esses quadros e, junto deles, a sua traição. - Parou de acariciar os fios verde-petróleo.

- Agora, pode se levantar. Faça o que veio fazer aqui e não volte a meu aposento sem os quadros do seu amante.
Respirou fundo, ainda de joelhos, sem conseguir levantar, sentindo como se algo tivesse quebrado dentro de si. Passaram-se alguns momentos até que ela conseguisse se levantar. O soberano assistia a tudo impassível como uma estátua de mármore. Andou a passos trôpegos até onde parecia haver um corpo humano.
Parou alguns segundos, para olhar a garota que estava encolhida naquele canto, a cabeça baixa. Tremia de medo ou de frio? Driade não saberia dizer. Estava nua, com algemas e correntes douradas prendendo seus membros. A fada se aproximou, buscando voltar a forma fria que possuía antes de entrar ali e tocou as costas da garota que lhe olhou com um pavor profundo. Era loira, de cabelos curtos e lisos, olhos grandes e castanhos. A garota de quem tinha roubado a aparência na noite anterior. Fez com que ela se levantasse e destrancou as correntes em seus pés, permitindo que a humana andasse. Viu o corpo coberto por manchas roxas e cicatrizes, provocadas pela violência de seu mestre ao se aproveitar daquela jovem. Ele podia se divertir com humanos e era cruel ao fazê-lo. Jogou uma manta negra nas costas da garota e começou a guiá-la por uma porta lateral daquela sala.
Essa era sua função, devia levar lindas humanas para que seu mestre desfrutasse. Então aproveitava para roubar suas roupas e aparências, usando-as para se encontrar com seu adorador humano. Era unir o útil ao agradável.
Guiou a garota por um túnel íngreme até que saíssem no meio da floresta. Estava de noite e a garota não devia conseguir ver nada.

- O-o que vão fazer comigo? - Sua voz tremia e ela apertava a manta negra em volta do corpo.
A fada suspirou, entendiada, empurrando a garota para que fosse em frente. A segunda etapa de seu trabalho era livrar-se das garotas, fez com que a garota andasse até cair de joelhos, exausta, ela chorava, suplicando piedade, sua voz estava fraca e apática.
- Por favor, eu já não posso mais, por... Favor.
Dríade quase sentiu pena daquela criatura, tão frágil e indefesa. Sua vida era tão breve quando um piscar de seus olhos mágicos. Humanos não eram importantes, eram malditos seres poluidores e artesãos de ferro. Eram todos idiotas, todos fracos, todos... Afundou as garras na coluna vertebral da garota. A morte foi instantânea e sem dor. Talvez algum dia algum companheiro dela a encontrasse, mas isso não era importante.
Voltou-se para seu caminho mantendo a expressão fria em sua face, sua próxima missão era matar a única criatura que já havia lhe admirado. Essa era a parte fácil, a difícil seria destruir todas as obras em sua homenagem.

Continua...

domingo, 16 de maio de 2010

A Dama das flores - Cap. IV

O sol já tornava a se pôr quando a fada acordou, apesar de não ser possivel saber isso por meios comuns naquele lugar. Sentia-se bem descansada e sem a menor vontade de levantar de sua cama confortável. Espreguiçou-se e levantou, sabia que não devia enrolar muito mais ali. Vestiu uma túnica leve, cor de creme, uma calça justa na cor verde-musgo e colocou uma couraça marrom, feita do tronco de alguma árvore, que fechava em sua cintura e ombros. Depois calçou botas que pareciam de montaria, feitas de um material escamoso e brilhante, num tom bruxuleante de dourado. Terminou calçando luvas de teias de aranha, com imensas garras de diamante em cada ponta de dedo. Estava pronta.
Saiu de seu quarto, atravesando as várias tiras de tecido furta-cor que só poderiam ser transpassadas com a sua prévia autorização. Seguiu em frente até o fim do corredor, onde uma imensa porta de madeira vermelha se erguia até o alto da parede. Em cada lado dela estava um guarda usando uma armadura parecida com a do capitão, apenas sem a ave dourada no peito. A fada abriu um sorriso cruel, que pareceu rasgar os cantos de sua boca.
- Abram a porta, queridinhos, ele não gosta de esperar. - Sua voz era fria e cruel, parecia ter se tornado outra pessoa.
Os guardas não demoraram a acatar a ordem, abrindo a imensa porta como se fosse feita de papel. A fada entrou calmamente no imenso salão de pedra, iluminado por estranhos cristais que davam ao ambiente um tom azulado.
- Você demorou. - Uma voz branda, de sexo indefinido, chegou até ela, vinda do fundo do aposento.
- Perdão, meu senhor, pensei ter mandado que voltasse em dois dias. - Respondeu subservente, como não era com nenhum outro ser.
- Aproxime-se.
Ela sentiu um tremor gelado percorrer seu corpo diante da ordem. Mas acatou, como não poderia deixar de ser, andando lentamente até o fundo do salão. Lá, sentado em um imenso trono, ricamente esculpido no cristal, estava um ser totalmente alvo. Andrógeno, usando uma longa túnica branca como a neve, de pele pálida e cabelos cor de sal. A única cor estava nos olhos, lábios e unhas, que eram de um vermelho vivo e brilhante. Dríade se ajoelhou aos pés da criatura, muito próxima deste.
- Deite sua cabeça em meu colo. - Ele tornou a ordenar, a voz era carinhosa, mas a enchia de pavor, a boca mal se mexia para formar palavras.
Sem ter alternativa, apoio sua cabeça nas pernas de seu sobrerano, sentindo um frio dominá-la, quando ele começou a passar a mão magra e delicada em seus cabelos.
- Minha pequena criança, por que teimas em me desobedecer?
- Mas eu não... Eu jamais quis desagradá-lo, meu senhor. - Respondeu, a voz tremendo, revelando o medo que a possuía.
- Não? Claro, que não! Você me serve lealmente, certo Dríade? - A mão continuava a passar pelos cabelos da fada, desembaraçando os pequenos nós.
- Sempre, meu senhor.
- Jura por seu nome que só me conta a verdade?
Sentiu um nó formar-se em sua garganta, não poderia negar um juramento ao seu mestre. Porém o que as fadas tinham de mais valioso eram seus nomes, ele era sua essência, sua vida e sua liberdade, quem soubesse o nome verdadeiro de uma fada teria total controle sobre ela. Jurar por seu nome era algo sem volta, fadas jamais podiam descumprir sua palavra, aquela poderia ser sua ruína. Engoliu em seco, preparando-se para o que poderia ser seu fim.
- Juro, juro pelo meu nome, meu senhor. - Respondeu por fim, rendida.
- Então, minha linda fada da floresta, conte-me, aonde vai quando foges do meu território?
Sentiu o impulso de mentir, de negar, mas sabia que era impossivel, seu próprio corpo lhe traia pelo poder do juramento e as palavras deslisaram por seus lábios da forma menos perigosa possivel.
- Ao mundo humano, meu senhor.
A mão em seu cabelo ficou pesada, puxando os fios, temeu o que aconteceria, mas a pressão parou e o lorde continuou a acariciar lhe de forma fatalmente lenta.
- O que vais fazer entre os homens, minha criança?
Ele parecia sibilar, aumentando seu terror quando as palavras pareciam correr para fora de seu corpo, os tratamentos gentis pareciam zombarias veladas. Como odiava que caçoassem dela.
- Me divertir, meu senhor.
Novamente um puxão em seus cabelos, doloroso o suficiente para confirmar o risco que corria, insuficiente para que gritasse de dor. Logo em seguida as carícias continuavam, como sempre foram.
- Como você, tão bela fada, diverte-se em um mundo sem cores como aquele?
Seu coração batia rápido, ela sentia-se começar a suar e nada nos gestos do ser que a punha em tal estado demonstrava que ele se preocupava, ou ao menos sabia, do que fazia com ela.
- Eu... Me divirto interagindo com eles, dançando com eles, seduzindo-os e os embriagando com minha magia, meu senhor.
- Sabes que isso é errado, não é minha cara? Não é errado mexer com os mortais?
- Sim. É, meu senhor.
Sua sentença estava dada, sua morte seria ali, sem piedade. Mordeu as bochechas para não gritar com o novo puxão de cabelo e sentiu o gosto azedo de seu sangue mágico cobrir sua língua.
- Você tem um favorito, minha ninfa desobediente?
O carinho voltara, suavizando a dor da ultima agressão e fazendo com que seus olhos queimassem, devido as lágrimas de terror, que ela não permitia cair.
- Tenho, sim, meu senhor. Aaah!
Não pode conter o grito, quando sentiu alguns fios se soltarem devido a novo puxão. Sentia sua nuca dolorida pela tortura.
- E por que ele é seu favorito, minha serva desleal?
A voz não mudava de tom, continuava carinhosa e afável, era impossivel prever o próximo movimento dele. Respirou fundo, tentando ganhar tempo, mas isso só serviu para receber um novo puxão, mas forte e agressivo que os outros, levantando sua cabeça e forçando-a para trás. Ela queria mentir, queria omitir, queria negar, queria não falar nada, mordeu a língua procurando engolir as palavras. Em vão, gritou a resposta em um voz sofrida, apertando os olhos para não chorar.
- Porque ele me ama e adora! Porque faz quadros em minha homenagem! Ele me venera e faria qualquer coisa por mim, meu senhor!
O puxão parou e ela sentiu a cabeça voltar ao colo gelado, a mão tornar a acariciar lhe, tornando impossivel conter as lágrimas que correram abundantes por sua face.
- Você está com medo de mim, Dríade?
- Sim, meu senhor. - As lágrimas, uma vez libertas, corriam ininterruptas, engrolando sua fala.
- Você deseja o meu perdão?
- Sim, meu senhor.
- Faria qualquer coisa para recuperar meu amor por ti, certo?
- Sim, meu senhor!
- Então, sabes o que terás de fazer, minha doce assassina?

Continua...

domingo, 9 de maio de 2010

A Dama das flores. - Cap.III

Estava sentado a mesa, tomando o café-da-manhã quando a porta de sua casa foi abruptamente aberta.
- Giovanni? Giovanni?! Acorda vagabundo! - A voz grave invadiu a casa, fazendo a cabeça do pintor doer ainda mais.
- Beto, tô na cozinha. - Respondeu, elevando a voz o mínimo necessário.
Logo a imagem de seu amigo, um homem negro de porte atlético, popularmente chamado de "armário", apareceu na porta da cozinha.
- Cara, cê tá nas tripas! Ressaca é? - O visitante puxou a cadeira em frente à do pintor e sentou. - Foi pra farra ontem? - Mantinha a mostra um sorriso de dentes brilhantes e não diminuia o tom de voz.
- Porra, cala a boca. - O loiro lançou um olhar mortal ao amigo. - Sim, estou de ressaca, não, não fui pra farra.
- Ué, deu pra encher a cara sozinho?
Roberto era o típico brasileiro, alegre e farrista, estava na faixa dos 30 anos e era sócio de uma boate no Rio de Janeiro. Ele e Giovanni se conheceram no colegial, e mantiveram a amizade desde então.
- Ah, cara, não enche, não tô bem. - O pintor era conhecidamente azedo e isso parecia multiplicar-se exponencialmente em seu atual estado. - Você sabe muito bem o que me deixa assim.
- Ah, foi ela? - Perguntou o amigo, ignorando a ofensa do outro.
- Claro que foi ela! - Respondeu, irritado com a lerdeza do outro.
- Porra, cara, assim não dá! Toda vez que você se encontra com essa mulher você
termina assim, essa garota te droga, não é possivel. - Ele demonstrava verdadeira preocupação pelo amigo.
- Não, cara, ela não me droga e não é uma mulher ou uma garota...
- Ih, não sabia dessa sua preferência, não, cara. - Não resistiu a implicar.
- Não venha falar de mim, quando o público da "Ninfotopia" é reconhecidamente GLS. - Retrucou Giovanni, antes de tomar mais um gole do café forte em sua xícara.
- Isso é um jogo, cara, esse público dá uma boa grana! - O sorriso voltou ao rosto de Roberto, que mexeu as sombrancelhas de forma marota.
- Quem te conhece que te compre. Quando estiver pronto pra assumir, pode deixar que não vai abalar nossa amizade. - O café já fazia efeito, melhorando seu estado, e implicar com o amigo sempre lhe fizera bem.
- Ha-ha-ha, continue pintando, que como comediante seu futuro é trágico. Mas e essa aí, como você chama ela? Thaleia? - O outro apenas acenou em concordância. - Não sabe nem o nome... Enfim se não é mulher, nem homem, o que seria?
- Ela não é que ela não seja uma mulher, ela não é humana... É uma musa, uma deusa, um ser mági...
- Tô falando que ela te droga, olha aí, tá viajando. - Interropeu o outro. - Daqui a pouco tá por aí gritando que acredita em fadas.
- Não, amigo, de seres purpurinados em minha vida me basta você. - respondeu, encarando um dedo do meio em riste como retribuição. Giovanni abriu um sorriso vitorioso, antes de continuar. - Cara, eu sei que parece loucura, mas você se lembra de como era antes. Meus desenhos não tinham nada de especiais, eram péssimos...
- Não eram péssi...
- Não me interrompa, sim, eram péssimos. Até que eu a conheci, numa noite, lá no Rio. Ela apareceu como uma morena linda, de uns 20 e poucos anos, areia de mais pro meu caminhãozinho de estudante do colegial de 17 anos. Mas a gata se interessou em mim e a gente ficou, foi uma noite incrivel, cara! Mas ela, como sempre, sumiu antes de que eu acordasse, deixando uma flor vermelha na cama, e eu acordei com uma puta inspiração e fiz o meu primeiro desenho digno.
- Uma morena usando uma roupa colada, com um arco-íris em volta, bem gay, eu lembro.
Preferiu deixar o comentário do amigo passar e continuar a explicação.
- Desde então ela torna a aparecer, a forma é sempre diferente, mas a flor e a sensação é sempre a mesma.
- Cara, eu ainda acho que isso é doideira, uma garota que muda de forma? É o sonho de qualquer cara, mil mulheres em uma.
- Estou falando sério, lembra que não tava conseguindo desenhar nada? - O outro apenas confirmou com a cabeça. - Olha isso. - puxou a o bloco de folhas, que havia deixado na bancada da cozinha, e mostrou o desenho, que havia feito mais cedo.
- Uou, que gracinha! É, tá confirmado. - O negro manteve o silêncio por um tempo, fazendo o amigo acreditar que ele tinha se convêncido. - Você precisa de sexo pra desenhar bem, essa foi a de ontem?
O loiro abaixou a cabeça, como que desistindo de explicar algo ao amigo.
- Essa foi a forma de ontem. - Roberto revirou os olhos ao ouvi-lo insistir no papo de magia. - Cara, presta atenção, eu já transei com várias outras mulheres, mas só com ela isso acontece.
Não era prepotência ou orgulho. A combinação pintor, mais inteligente, mais culto, mais rico, fazia-o ter um charme especial, mesmo que não seguisse nenhum padrão de beleza e fosse sarcástico ao extremo, muitas mulheres se interessavam por ele. E um solteiro de 25 anos, aproveitava, claro.
- Aham, claro, várias outras mulheres. Valeu cara, se você acha que tem uma musa mágica te inspirando, vai nessa, se te faz feliz.
- Enfim, você veio aqui por algum outro motivo alem de gritar no meu ouvido e quadruplicar minha dor de cabeça? - Perguntou Giovanni, massageando as temporas.
- Hãn? Ah, sim. Vim perguntar se topa uma cavalgada antes de voltarmos pra cidade?
- Cara, esse clube tá te fazendo mal.
- Blá, fresquinho, o ar das montanhas vai é te fazer bem! Tá com medo de eu te deixar pra trás e você se perder nas montanhas? Bora, viado, vamos deixar nossas coisas lá na Parada do Pastel. cavalgamos até o escorrega, damos um mergulho pra purificar nossa energia...
- Você não entendeu nada... - Debochou do amigo enquanto comia uma maçã com a esperança de que a mesma não resolvesse voltar, devido ao enjôo.
- Não brinca com o que não conhece. - Ralhou o negro, apertando o pingente de ferro, em formato de adaga, que trazia pendurado por uma corrente.
- E você conhece, né, sua bicha? - Cheque-mate.
- Ah, cala a boca. Enfim, depois voltamos, comemos algo em Maringá mesmo e pegamos o ônibus.
O loiro ainda ficou ponderando por um tempo. Estava um dia bonito, não muito quente e a região de Visconde de Mauá era realmente belíssima, capaz de inspirar qualquer um a criar das mais belas obras de arte. Por fim, aceitou a proposta do amigo, indo arrumar suas malas e se preparar para o passeio.

Quando terminou o amigo já o esperava do lado de fora da residência, montado em um imenso cavalo de pelo castanho e olhos num curioso tom de verde, com uma égua branca, um pouco menor, do lado.
Seguiram para o seu útilmo dia naquela temporada nas montanhas e aproveitaram para pegar os telefones de duas cariocas. Elas estavam passando as férias ali e cursavam o penúltimo período da faculdade de biologia.




Continua... Cachoeira do Escorrega - Maringa -RJ/MG

segunda-feira, 3 de maio de 2010

A Dama das Flores - Cap. II

O sol já nascia quando ela chegou a sua morada. Tocou o tronco do eucálipto centenário e respirou fundo o ar úmido da floresta cheia de orvalho, antes de soprar suavemente em um pequeno nó no tronco. Rapidamente, as raizes pareceram se abrir, mostrando um tunel pequeno de mais para que uma criança passa-se. Ela colocou os dois pés na abertura e se sentiu sugada para dentro do corpo da árvore, deixou-se cair levemente, até pousar no chão de terra, como um felino.
Ouviu um som de palmas ritmadas e olhou para trás, onde se localizava um imenso portão de madeira, decorado com prata e ouro. A sua frente estava um ser de aparência, elfica, mais alto do que ela, magro, de longos e lisos cabelos negros, vestia uma armadura negra, de couro, semelhante a dos centuriões romanos, com um pássaro dourado estampado no peito. Em suas costas, pesava uma montante tão grande que precisava ficar na diagonal, para não tocar ao chão, e seu portador tinha mais de dois metros de altura. O homem semi-cerrou os olhos, totalmente negros, antes de falar num tom jocoso, sua voz toniturante ecoando no tunel de terra onde estavam.


- Divertiu-se com seu humano?


- Muito e você, gostou de assistir? - Ela respondeu afiada, sem demonstrar grandes emoções.


- Fiquei enojado, se me permite dizer. - Ele retrucou, rindo maldosamente.


- Não me importo, nem um pouco, com o que pensa.


- É, eu sei. Porém, ainda não cabe a minha compreensão, o que aquele ser futíl, possui. Que faça-o merecer sua atenção.


- Ele me adora e me imortaliza, nas mais diversas formas que posso assumir, diga-me se isso não é adoravel? - Ela ria, seus olhos brilhando pelo jogo de palavras.


- Sua maldita narcisista.


- Ciúmes? - Jogou uma mecha dos cabelos para trás, dando um passo a frente.


- Um pouco. - ele retrucou, terminando com a distância entre os dois.
- Não se preocupe, sempre terás seu lugar no meu coração. - Ela concluiu, levando uma mão ao belo rosto dele e acariciando-o levemente.


- É uma promessa? - Ele acompanhou a brincadeira, enlançando a cintura dela com seus braços.


- Talvez... - Respondeu, aproximando seus rostos.


- Sua sacana provocante. - Ele concluiu, soltando-a, riu um pouco e ela o acompanhou.
- Ah, por que tinha que parar? Estava divertido!
- Você é o pior dos seres, Driade.
- Lisongeio, mas ainda há muitos a quem devo superar. - A morena agradeceu, com uma reverência.
- Vá logo para o seu quarto.
- Sim senhor, meu capitão! - Respondeu batendo continência. - Fica aqui até quando?
- Até o sol se por, acabei de assumir o posto, agora vá. - Ordenou novamente, abrindo o portão
- Me sinto tão protegida. - Ela concluiu, apertando a bunda dele, quando passou.

- Bom dia, capitão da guarda. - Antes que o portão terminasse de fechar, ela gritou.- Você fica ridiculo com essa armadura!


- Vá! - Ele gritou em resposta, empurrando o portão e assim acelerando o movimento deste. Não poderia ouvir no momento, mas tinha certeza de que ela estava rindo.


Do lado de dentro daquele esconderijo, se abria um imenso salão de chão negro, sustentado por pilares de estilo clássico. A garota parou de rir e observou o ambiente, vários corpos estavam deitados pelo chão, talvez houvesse algum morto, ela não tinha certeza. A maioria dormia, eram os bêbados remanescentes de mais um baile de sua corte. Torceu o nariz em desgosto, aquilo era nojento, pulou os corpos sem dar atenção a ninguem em particular. Chegou a imensa mesa de mármore do outro lado do salão. Em meio ao que restara do banquete, havia uma tingela de prata, transbordando de frutas parecidas com tâmaras secas, a garota sorriu, pegando a travessa e seguindo para a saida do salão. Havia acabado de entrar no corredor, quando ouviu uma voz chamá-la:


- Driade, você saiu de novo? - Era uma voz feminina rouca e vinha em tom de repreensão.


- Oi pra você também, vovó. - A fada respondeu, com sarcasmo, a criatura a sua frente.


Era uma mulher idosa e baixinha, com cara e pés de coruja, e braços muito finos. Os grandes olhos dourados, com pequenos pontos negros, possuiam um brilho de repreensão.


- Sai e passa dois dias fora, se divertindo com os homens, vai ser pega! Um dia será capturada, descobrirão você e será aprisionada em uma gaiola de ferro, com vários mortais sabendo seu nome e gritando-o, ordenando-a que se humilhe. - a velhinha dizia, apontando um dedo parecido com um graveto para a mais jovem.


Ela balançou a cabeça e comeu uma das frutas, antes de abraçar a senhorinha com o braço livre.


- Vovó, se acalme, se nem entre as fadas conhecem meu nome, acha que humanos o descobririam? - Ela beijou a testa da senhorinha. - A senhora, que é a mais inteligente criatura que eu conheço, ainda me chama de Driade! - Disse com tom de adulação, antes de completar em pensamento: "Além do mais, ninguem poderia me fazer sofrer mais do que vocês."


- Coisa que você não é, sua pirralha bajuladora! Driades não dão trabalho a fadas velhas, ficam quietas perto de suas árvores! - As palavras duras se uniram ao o tom repressor. - Vá dormir, vá, que mais tarde, já sabe o que te aguarda.

A garota torceu o nariz, numa expressão de desgosto pelas palavras, deixando a encenação de boa moça de lado.
- Com licença. - Falou friamente, passando ao lado da outra fada e seguindo seu caminho, a passos duros.
A fada idosa balançou a cabeça em negação, aquela garota só dava problemas.




Continua...




N/a.: Pra quem Lê essa história, desculpem o atraso na postagem.



domingo, 25 de abril de 2010

A Dama das Flores - Cap. I

Ele acordou horas depois, destruido como se por uma ressaca brutal, sentia seus olhos pesarem e doerem, mesmo fechados, diante da luz que invadia o quarto pela imensa janela de vidro. Estava morrendo de fome e não se lembrava do que havia feito para ficar assim. Rolou um pouco na cama, sentindo-a grande de mais para uma só pessoa, até que percebeu sua mão bater em algo de consistência macia, as petálas de uma flor. Abriu os olhos rapidamente, arrependendo-se em seguida do feito, ao sentir o ambiente girar e sua cabeça como se fosse explodir, encolheu-se de dor por um instante e então olhou para a flor em suas mãos, uma linda camélia rubra como sangue. Era a marca dela, aspirou o cheiro dela e, como mágica, as lembranças voltarão a sua mente:


"Era tarde da noite e ele se encontrava desesperado, sem conseguir sequer esboçar um novo desenho. Quando a campainha tocou, ele ficou surpreso, ninguem costumava visitá-lo, não ali. Foi até a porta e olhou pelo olho mágico, receoso, nunca se sabe que tipos de malucos tem por ai. Mas o que viu foi uma garota pequena, provavelmente com metade da sua idade, loirinha e inofensiva, ela parecia nervosa, abriu a porta.




- Acho que você se enganou de casa. - Falou sério, analisando a garota, que parecia arrumada




para uma festa, com muita maquiagem e salto alto.




- E-eu estou perdida, não sei como vim parar aqui, nem sei como voltar. - Ela caiu no choro, deixando-o desarmado.




Agora tudo fazia sentido, era comum pessoas se perderem por ali, ainda mais na época de férias, em que os adolescentes vinham aos montes acampar nas montanhas. Volta e meia um grupo se perdia, mas nunca tinha acontecido de baterem na sua porta, ainda mais uma garota sozinha.




- Acalme-se. - Ele procurou usar um tom reconfortante, e pareceu ter sucesso, uma vez que as lágrimas pararam, apesar dela continuar a soluçar. - Eu vou te ajudar. Você é uma turista, certo? - Ela afirmou com um movimento de cabeça, os olhos baixos, parecia tão indefesa. Ele sentiu vontade de revirar os olhos, aquelas coisas só aconteciam com ele. - Onde esta hospedada?




- Bem... bem, eu estou acampando, mas... - A voz dela era agradavel, apesar do tom choroso com que falava.




- Não lembra do nome do lugar? - Ela tornou a manear a cabeça, prestes a cair novamente no choro, algo que ele não ia suportar, odiava ver mulheres chorando.

- Calma, isso é mais comum do que parece, por que você não entra e liga para alguem?


- Sinto muito incomodar. - Ela parecia realmente sentida, os olhos castanhos brilhavam pelas lágrimas contidadas, era adoravel."




Depois disso só lembrava dela no telefone, a desculpa de não conseguir falar com ninguem, o convite para que dormisse ali, duas taças de vinho e uma noite deliciosa. Como fora idiota! O que uma patricinha como aquela faria no meio do nada em que morava? Ainda mais com aquelas roupas e ele nem havia ouvido o som de um carro ou algo do tipo. Sua musa era um ser arteiro, nunca conseguiria pegá-la, nunca conseguira vê-la na forma verdadeira, ela mudava de aparência a cada encontro. Mas a flor era sempre a mesma, o sentimento de ressaca era parecido e a inspiração gerada por esses encontros era o que lhe permitia ainda pintar.




Aspirou o perfume da flor novamente, antes de pegar o bloco de folhas ao lado da cama e começar a desenhar. Surgiu a imagem de uma garota como a da noite anterior, usando um vestido esvoaçante, caida no meio de uma floresta escura, os olhos brilhantes, de lágrimas não derramadas e a maquiagem meio borrada. Parecia tão real, ela parecia tão fragíl, era perfeito.




- Thaleia, quando se mostrará realmente para mim? - Perguntou, ao fim do desenho, olhando para a mascara que ela usara daquela vez.




Nunca soube o nome de sua musa, por isso decidiu apelidadá-la de Thaleia, conhecida como "A que faz brotar flores", a musa grega da comédia, pois ela parecia divertir-se em iludibriá-lo.


Continua...







quinta-feira, 22 de abril de 2010

Legalmente Eu.

Bem-vindos a minha casa, acomodem-se onde desejarem...

Esse assunto já esta ficando batido por aqui, mas hoje o ponto é diferente, então vamos a ele.

Sempre que eu escrevo aqui sobre pessoas que excluem as outras e grupos de excluidos, sigo um esteriótipo, que, infelizmente, é seguido pela grande maioria. Porém, ontem, vendo um filme meio antigo o "Legalmente Loira", me dei conta de uma coisa que costumamos deixar passar: Não é a patricinha popular ou o playboy riquinho que são exclusores, são as maiorias e/ou grupos modelo. O que eu quero dizer com isso?

Vejamos: Quando assistimos o filme aos nossos 13/14 anos, achamos uma história linda e fofinha.

Sobre como podemos ser tudo que quisermos e achamos a Elle o máximo, por ganhar o caso estando no primeiro ano da faculdade. Porque só ela, graças aos seus conhecimentos de moda e beleza, poderia perceber a falha no depoimento da filha da vitima, ao dizer que lavou o cabelo no mesmo dia em que fez um permanente.

Porém assistindo o filme ontem eu atentei a um outro detalhe, por mais legal que seja a idéia do filme de crititar a mania normal de todos caracterizarmos patricinhas de burras e futeis. O Filmes também critica outra coisa, a normatização de padrões em determinados locais. Toda a tribo tem seu grupo modelo, aquele que todos querem pertencer ou, no mínimo, imitar e tem seu espaço definido, em que as pessoas da tribo devem ficar ou frequêntar. Quem não se encaixa no modelo e lugar, ao mesmo tempo, é considerado de outro bando e exílado. Sendo assim, não é porque a pessoa é escrota que ela é popular, é porque ela é popular que ela é escrota, posto que como todos, em seu grupo, a tratam como superior essa pessoa vai se achar superior e vai tender a tratar os outros como inferiores! Principalmente aqueles que não fazem parte de seu bando.


Por esse motivo, da mesma forma que uma nerd é estranhada em patricinhas, uma patricinha é estranhada entre nerds. As pessoas tendem a se fechar em seus grupos e se alienam a qualquer informação externa, julgando como incorreto tudo que é diferente, incapazes de ouvir uma opinião diferente. Por isso existem tantas tribos e pessoas diferentes e que brigam entre si, por isso existem guerras e morte, dor e sofrimento. Porque nos alienamos em nossos mundos e ignoramos tudo que não faça parte deles. Chega a ser surreal para a gente que uma gótica queria fazer uma faculdade de moda, ou um cara super inteligente prefira educação física a física nuclear, afinal, eles não seguem o padrão dos grupos em questão.


Eu mesma tenho certos preconceitos, me guio por esteríotipos e sigo primeiras impressões, as vezes, mas eu juro que estou tentando mudar! Acho que só quando todo mundo decidir ser o que quiser (desde que não faça mal ao outro) e todos se livrarem dos rotúlos, poderemos ser legalmente nós mesmos.


Até lá, toda a minoria vai precisar de leis para protegê-las e, quando todas estiverem protegidas, os que eram considerados normais serão minoria e precisaram de leis de proteção também.


Beijos! :*

domingo, 18 de abril de 2010

A dama das flores. - Prólogo

Ela se revirava ininterruptamente desde que o sol se pusera, não queria levantar, sentia sono, mas o cheiro de ferro já a incomodava demais. Virou para o outro lado da cama, os fios curtos e loiros se espalhavam pelo travesseiro de forma confusa, todos emaranhados, virou-se novamente, o agito havia feito o lençol se mover deixando a mostra uma das pernas e marcando o corpo nu por baixo dele, soltou um suspiro baixo e se moveu novamente, ficando com as costas no colchão e esticando dos braços. Desistiu, ela não conseguiria mais dormir.




- Maldição. - Praguejou, a voz enchendo o quarto escuro, quando sentou-se na cama e passou a mão pelos cabelos. Estava destruída, desenrolou o lençol de si e seguiu para o banheiro junto ao quarto.




Enrolou uma toalha na torneira antes de girá-la até a potência máxima, o som de água gelada encheu o ambiente, agradando-a, mas foi rápida, tomando o cuidado de não encostar em nada que pudesse machucá-la. Concentrou-se e sentiu como se uma teia de energia a estivesse envolvendo e, em seguida, sendo arrastada pela água, sentiu os cabelos crescerem e ganharem o comprimento de suas costas até o quadril. Saboreou os gostos do ambiente à sua volta e absorveu a nuance das cores naquele ambiente aparentemente branco e estéril, mas extremamente colorido para sua visão super desenvolvida. Sentiu seus dedos alongando-se, numa articulação a mais.




Olhou-se no espelho satisfeita com o retorno de sua verdadeira aparência, os fios verdes-petróleo pingavam e os olhos dourados, fendidos como os de um gato, observavam a volta de sua forma habitual. Mexeu as grandes orelhas pontudas, que estavam dormentes. Era bem mais confortavel assim. Enrolou-se em uma toalha e saiu, olhou para as roupas jogadas no chão: A saia jeans curta e o top rosa bebê com o logotipo da playboy em strass na altura dos seios. Roupas sem nenhuma beleza. Humanos eram seres pouco criativos.




Olhou para a cama uma última vez, onde um homem loiro estava deitado, parecia dormir tranquilamente. Ele era um artista, famoso por obras fantasiosas. Ela era sua musa, lhe garantia inspiração e sucesso. Em troca, ele lhe dava sua total devoção e adoração, seria capaz de qualquer coisa por ela. A garota pensou, rindo. Mandou um beijo em sua direção e saiu do quarto, era uma linda casa de campo, cercada por florestas a, no mínimo, 20 km de qualquer civilização.




Saiu pela varanda da casa, indo em direção a floresta. Cantarolava uma melodia parecida com a de uma flauta doce, que ascendia os céus. Quanto mais se aproximava das árvores mais sua forma se tornava etérea, até desaparecer entre as imensas araucárias e o som sumir, como se engolido pela lua cheia prateada que adornava aquela noite.


Continua...




Essa imagem não me pertence.