Bem-vindos a minha casa, acomodem-se onde desejarem...
Hoje foi a segunda prova do vestibular da UFF, eu estava tranqüila com essa prova e nem pensei muito nela, uma vez que meu namorado passou o dia comigo ontem. Porém, hoje de manhã cedo (uma péssima mania essa, de marcarem os vestibulares em horas que qualquer um prefere estar dormindo.), eu perdi a hora me arrumando e tomando café, o que me deixou bem em cima da hora para chegar no horário limite de entrada pra prova. No desespero, eu só peguei um lápis e uma borracha, contando com a sorte, torcendo para que alguém estivesse vendendo canetas na porta do prédio, como sempre acontece.
Passei o caminho inteiro ouvindo a minha mãe reclamar da minha irresponsabilidade, enquanto ficava cada vez mais nervosa com o tempo correndo e o Arthur segurando a minha mão, me apoiando. Quando, depois de pararmos no prédio errado e perdermos alguns minutos preciosos, encontramos o local correto, eu corri como uma louca (O que, com toda a “graça e elegância” que tenho ao correr, não é difícil. XD), quando avistei a única venda gritei:
- Moça, tem caneta?!
E a dona da venda me respondeu que não, eu gelei! Céus, não bastasse ter perdido a UERJ, EU PERDERIA A UFF! Mas a sorte, finalmente, me sorriu, uma mãe, provavelmente, que havia ido deixar o(a) filho(a) para fazer a prova, me salvou ao dizer: “Eu tenho!” e me entregar a caneta de bom grado. Eu nem hesitei, peguei a caneta, agradeci e continuei correndo.
Consegui ultrapassar os portões e fui fazer a prova, que estava relativamente simples, apesar de trabalhosa. Sabem o que é mais incrível? Eu não usei nem o lápis, nem a borracha, fiz as questões diretamente a caneta e ela funcionou perfeitamente, sem falhar em nenhum instante durante a prova, me permitindo responder cada questão com calma e escrever uma ótima redação.
Se eu acho que passo pra UFF? Talvez, mas sei que não teria tido chance, se não fosse a gentil senhora (tinha uns 40/50 ano.) que me “emprestou” a caneta. Uma caneta bic comum, preta, simples, mas que pode fazer toda a diferença no meu futuro.
Quando eu sai da prova, três horas depois, procurei por ela, torcendo para poder agradecê-la devidamente e devolver a caneta, porém não a encontrei, uma pena.
O ato de gentileza dela, totalmente desprendido de interesse, em ajudar uma garota (idiota o suficiente pra não chegar cedo ao local de prova) que nunca tinha visto e poderia estar competindo com o(a) filho(a) dela, me permitiu ter uma chance de ser aprovada e entrar para uma excelente faculdade pública na minha primeira tentativa.
Eu estou realmente grata a ela e só tenho uma coisa a lamentar: Ações como essa estão ficando cada vez mais raras.
Beijos! :*
Não se depender de mim.
ResponderExcluirAdorei a crônica, algo realmente do cotidiano que não nos damos conta, como comigo, se quiser me deixar feliz de manhã quando vou para escola, basta pedir para segurar minhas coisas (vai de ônibus lotado) uma ação simples, mas que me dá esperança de que existem pessoas gentis nesse mundo x)
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