domingo, 25 de abril de 2010
A Dama das Flores - Cap. I
"Era tarde da noite e ele se encontrava desesperado, sem conseguir sequer esboçar um novo desenho. Quando a campainha tocou, ele ficou surpreso, ninguem costumava visitá-lo, não ali. Foi até a porta e olhou pelo olho mágico, receoso, nunca se sabe que tipos de malucos tem por ai. Mas o que viu foi uma garota pequena, provavelmente com metade da sua idade, loirinha e inofensiva, ela parecia nervosa, abriu a porta.
- Acho que você se enganou de casa. - Falou sério, analisando a garota, que parecia arrumada
para uma festa, com muita maquiagem e salto alto.
- E-eu estou perdida, não sei como vim parar aqui, nem sei como voltar. - Ela caiu no choro, deixando-o desarmado.
Agora tudo fazia sentido, era comum pessoas se perderem por ali, ainda mais na época de férias, em que os adolescentes vinham aos montes acampar nas montanhas. Volta e meia um grupo se perdia, mas nunca tinha acontecido de baterem na sua porta, ainda mais uma garota sozinha.
- Acalme-se. - Ele procurou usar um tom reconfortante, e pareceu ter sucesso, uma vez que as lágrimas pararam, apesar dela continuar a soluçar. - Eu vou te ajudar. Você é uma turista, certo? - Ela afirmou com um movimento de cabeça, os olhos baixos, parecia tão indefesa. Ele sentiu vontade de revirar os olhos, aquelas coisas só aconteciam com ele. - Onde esta hospedada?
- Bem... bem, eu estou acampando, mas... - A voz dela era agradavel, apesar do tom choroso com que falava.
- Não lembra do nome do lugar? - Ela tornou a manear a cabeça, prestes a cair novamente no choro, algo que ele não ia suportar, odiava ver mulheres chorando.
- Calma, isso é mais comum do que parece, por que você não entra e liga para alguem?
- Sinto muito incomodar. - Ela parecia realmente sentida, os olhos castanhos brilhavam pelas lágrimas contidadas, era adoravel."
Depois disso só lembrava dela no telefone, a desculpa de não conseguir falar com ninguem, o convite para que dormisse ali, duas taças de vinho e uma noite deliciosa. Como fora idiota! O que uma patricinha como aquela faria no meio do nada em que morava? Ainda mais com aquelas roupas e ele nem havia ouvido o som de um carro ou algo do tipo. Sua musa era um ser arteiro, nunca conseguiria pegá-la, nunca conseguira vê-la na forma verdadeira, ela mudava de aparência a cada encontro. Mas a flor era sempre a mesma, o sentimento de ressaca era parecido e a inspiração gerada por esses encontros era o que lhe permitia ainda pintar.
Aspirou o perfume da flor novamente, antes de pegar o bloco de folhas ao lado da cama e começar a desenhar. Surgiu a imagem de uma garota como a da noite anterior, usando um vestido esvoaçante, caida no meio de uma floresta escura, os olhos brilhantes, de lágrimas não derramadas e a maquiagem meio borrada. Parecia tão real, ela parecia tão fragíl, era perfeito.
- Thaleia, quando se mostrará realmente para mim? - Perguntou, ao fim do desenho, olhando para a mascara que ela usara daquela vez.
Nunca soube o nome de sua musa, por isso decidiu apelidadá-la de Thaleia, conhecida como "A que faz brotar flores", a musa grega da comédia, pois ela parecia divertir-se em iludibriá-lo.
Continua...
quinta-feira, 22 de abril de 2010
Legalmente Eu.
Esse assunto já esta ficando batido por aqui, mas hoje o ponto é diferente, então vamos a ele.
Sempre que eu escrevo aqui sobre pessoas que excluem as outras e grupos de excluidos, sigo um esteriótipo, que, infelizmente, é seguido pela grande maioria. Porém, ontem, vendo um filme meio antigo o "Legalmente Loira", me dei conta de uma coisa que costumamos deixar passar: Não é a patricinha popular ou o playboy riquinho que são exclusores, são as maiorias e/ou grupos modelo. O que eu quero dizer com isso?
Vejamos: Quando assistimos o filme aos nossos 13/14 anos, achamos uma história linda e fofinha.
Sobre como podemos ser tudo que quisermos e achamos a Elle o máximo, por ganhar o caso estando no primeiro ano da faculdade. Porque só ela, graças aos seus conhecimentos de moda e beleza, poderia perceber a falha no depoimento da filha da vitima, ao dizer que lavou o cabelo no mesmo dia em que fez um permanente.
Porém assistindo o filme ontem eu atentei a um outro detalhe, por mais legal que seja a idéia do filme de crititar a mania normal de todos caracterizarmos patricinhas de burras e futeis. O Filmes também critica outra coisa, a normatização de padrões em determinados locais. Toda a tribo tem seu grupo modelo, aquele que todos querem pertencer ou, no mínimo, imitar e tem seu espaço definido, em que as pessoas da tribo devem ficar ou frequêntar. Quem não se encaixa no modelo e lugar, ao mesmo tempo, é considerado de outro bando e exílado. Sendo assim, não é porque a pessoa é escrota que ela é popular, é porque ela é popular que ela é escrota, posto que como todos, em seu grupo, a tratam como superior essa pessoa vai se achar superior e vai tender a tratar os outros como inferiores! Principalmente aqueles que não fazem parte de seu bando.Por esse motivo, da mesma forma que uma nerd é estranhada em patricinhas, uma patricinha é estranhada entre nerds. As pessoas tendem a se fechar em seus grupos e se alienam a qualquer informação externa, julgando como incorreto tudo que é diferente, incapazes de ouvir uma opinião diferente. Por isso existem tantas tribos e pessoas diferentes e que brigam entre si, por isso existem guerras e morte, dor e sofrimento. Porque nos alienamos em nossos mundos e ignoramos tudo que não faça parte deles. Chega a ser surreal para a gente que uma gótica queria fazer uma faculdade de moda, ou um cara super inteligente prefira educação física a física nuclear, afinal, eles não seguem o padrão dos grupos em questão.
Eu mesma tenho certos preconceitos, me guio por esteríotipos e sigo primeiras impressões, as vezes, mas eu juro que estou tentando mudar! Acho que só quando todo mundo decidir ser o que quiser (desde que não faça mal ao outro) e todos se livrarem dos rotúlos, poderemos ser legalmente nós mesmos.
Até lá, toda a minoria vai precisar de leis para protegê-las e, quando todas estiverem protegidas, os que eram considerados normais serão minoria e precisaram de leis de proteção também.
Beijos! :*
domingo, 18 de abril de 2010
A dama das flores. - Prólogo
domingo, 11 de abril de 2010
Liberdade sexual?
Talvez as pessoas estranhem esse assunto aqui no blog, já que nunca falei nada desse tipo aqui antes, mas é um blog pessoal e essa é uma duvida, bem, minha... Que surgiu devido a vááários blogs que eu leio que discutem sobre relacionamentos, homens, mulheres e, também, sexo. Então me surgiu essa questão, o que seria a liberdade sexual?
Tem pessoas que dizem que mulheres e homens tem direitos iguais, por isso, tal qual o homem vai para uma festa ficar com várias garotas e fazer sexo com elas, as mulheres também tem direito a ficar com vários homens e transar com eles... Porém, no outro lado, há pessoas que não acham que mulheres e homens devem se comportar de forma igual, pois os dois sexos não são iguais. Vejam bem, não estou falando de idiotas que dizem que um sexo é melhor do que o outro, mas sim das pessoas que apoiam igualdade de direitos (e deveres), mas que acham que certos comportamentos não condizem com o sexo X(X), por homens e mulheres serem diferentes.
São pessoas que acham que mulheres tem direito a escolherem o que e com quem querem fazer as coisas, mas que não acham certo elas sairem, conhecerem alguem e fazerem sexo com alguem na mesma noite, mas não vêem mal algum em homens fazê-lo. Pensando primeiramente, isso parece absolutamente idiota e machista, mas será?
Será que nós, mulheres, comprovadamente mais sensiveis, somos capazes de termos relações sexuais sem nenhuma expectativa, além do orgasmo? Será que só porque os homens fazem, nós devemos fazer também? Será que essa visão, de que as mulheres são mais sensiveis, não é machista?
Essas duvidas começaram a aparecer, quando comecei a ver que toda a mulher que tem um comportamento fora do padrão é tachada de puta, claro, acho isso absolutamente ridículo e machista, ninguem deveria ser julgado pela vida sexual (já dizia a minha professora de português: "Se todo mundo falasse da sua vida sexual, ninguem mais iria se comprimentar."). Porém, também, tem aquelas que só fazem essas coisas para se mostrarem "mulheres livres", hora, essas também não seriam ridículas? E ainda tem aquelas pessoas que sentem vontade e não fazem, ai é terrivelmente triste.
Tem, também, os homens, que sofrem preconceito se não seguem o protótipo de macho-alfa-comedor e são criados com a idéia, de que, para ser homem, eles devem traçar (com essa palavra mesmo) o maior número de femêas possiveis, independente de fatores externos (namoro, vontade, atração real...), os que seguem esse padrão, já sofrem a repreenda de serem "porcos chovinistas." Então, é complicado para os homens também, eles sofreram se não seguirem o padrão, mas também terão retaliação se o seguirem, o que fazer então? Ninguem deveria ser obrigado a fazer sexo, mas muitos garotos o são, para serem aceitos pelo grupo
Quando a pessoa tem uma sexualidade anormal (no sentido: fora da curva normal), seja bi, tri ou homo, ela também sofre preconceito da sociedade mais conservadora. Porém, atualmente, as pessoas são super incentivadas a terem relações com pessoas do mesmo sexo e, também, é um sinal de status nos grupos, você ter relações com os dois sexos. São as pessoas mais "descoladas", porém isso gerou uma moda e muitas pessoas começam a se sentir pressionadas a terem relações desse tipo, sem sentir a menor atração real.
Mas será que essa vontade de ter vários parceiros sexuais (de ambos os sexos) é real ou é algo imposto por uma sociedade que associa tudo a sexo e que o exibe de todas as formas possiveis? A TV mostra pessoas fazendo sexo, as pessoas populares do colégio fazem sexo porque são "cools", os que querem ser populares imitam e isso vai se tornando um ciclo vicioso, em que todo mundo pensa que quantidade é melhor que qualidade e que ter vários parceiros numa noite, é melhor que ter um BOM parceiro a noite toda (ou a semana, o mês, o ano, etc). Enfim, será que essa liberdade sexual toda não é algo fake? E mesmo que seja, ela se tornaria errada por isso?
Vejam bem, todo mundo tem direito de transar com quem quiser (desde que as duas partes estejam de acordo), mas também existe uma imposição de que as pessoas façam sexo. Um garoto virgem aos 16 anos é zoado, uma garota aos 18 é santinha, quem nunca beijou alguem do mesmo sexo é preconceituoso (ou reprimido) e isso tudo não criou uma nova prisão? Se antes as pessoas eram proibidas de fazer sexo, hoje em dia elas são obrigadas!
Por isso eu fiquei com duvidas. Nesse mundo onde todos julgam uns aos outros, existe liberdade sexual ou a prisão mudou de forma?
Vai ter gente pensando: "Se as pessoas ligam para a opinião dos outros, não tem maturidade para fazer sexo!" Concordo, mas todo mundo tem direito de fazer sexo, é bom, faz bem, emagrece e deixa a pele linda. Porém não sei até onde a vontade é real...
O que vocês acham?
Beijos,
Yami! :*